A região da América Latina e Caribe (LAC) alcançou em setembro deste ano o mesmo número de passageiros de um mês em 2019, além de superar esse número em 1,2%.
Os dados são da ALTA, Associação Latino Americana de Transporte Aéreo e apontam que a região é a primeira do mundo a atingir esse resultado.
Naquela época, 28,6 milhões de viajantes voaram na América Latina e no Caribe.
A América do Norte está com 96% do volume do período pré-pandemia, enquanto o Oriente Médio e a África estão com 93%.
Já o Sudeste Asiático é o que está mais atrasado em relação à recuperação, com 75%.
Em relação à receita de passageiros por quilômetro (RPK), a região também lidera o ranking da recuperação, mas ainda não alcançou o mesmo nível de 2019 e está com 97,4% do volume da época.
Entre janeiro e setembro deste ano, 241 milhões de passageiros foram transportados e, apesar de os números de setembro terem superado os de 2019, no acumulado a região encontra- se com 10,9% a menos do que o daquele ano.
Três países da região são destaque, pois excedem a média de crescimento em relação aos passageiros internacionais. No nono mês deste ano, a República Dominicana bateu 124% comparado ao mesmo período de 2019. Já o México chegou a 114% e a Colômbia a 113%.
Em contrapartida, Brasil, Chile, Argentina e Peru não atingiram ainda os números de 2019.
Aliás, a Argentina é o país da região com menor índice de recuperação e é considerado o menos competitivo em relação aos impostos, taxas e contribuições.
Para se ter uma ideia, uma estimativa da ALTA aponta que um ticket de USD110 deve pagar US$198 em impostos, contribuições e taxas, o que é quase o dobro.
O Tráfego Doméstico ainda avança
A recuperação do tráfego doméstico tem sido rápida. Em setembro deste ano, o crescimento foi de 3,2% comparado aos números de 2019, enquanto os números internacionais extra-LAC cresceram 2,6%, e os intra-LAC estão 10,4% menores que os níveis de 2019.
A Colômbia atingiu um excelente índice de recuperação: 14% acima dos níveis de 2019. O México, por sua vez, está 12% acima de seus números pré-pandemia.
No entanto, uma queda no dinamismo do transporte aéreo colombiano é esperada, já que a alíquota do IVA ou das vendas, que havia sido reduzida de 19% para 5% deve retornar ao valor original.
Além do mais, o fator de carga atingiu 82,4% em setembro e está a apenas 2,2 pontos de atingir os níveis de 2019.
Já o Peru e o Equador apresentaram uma mudança positiva no fator de carga até 26 de outubro de 2022, onde foram levantadas todas as medidas relacionadas ao limite de tráfego de passageiros internacionais.
José Ricardo Botelho, diretor executivo e CEO da ALTA, afirma que, apesar dessa região ter sofrido com a inflação elevada, e que boa parte da receita da sua população ser destinada para os alimentos, os números são animadores. “A América Latina e o Caribe estão no caminho certo. Porém, o desenvolvimento de agendas de Estado que envolvem o transporte aéreo em nossos países é essencial para que sejamos mais competitivos para atrair mais operações”, afirma ainda Botelho.
Alta histórica nos combustíveis
Os preços dos combustíveis continuam historicamente altos. Em 24 de outubro, o valor do combustível Jet chegou a ser 186% maior que o de janeiro de 2021. Já o petróleo bruto Brent subiu 82% em relação ao mesmo período do ano passado.
Essa alta representou um peso maior para as companhias aéreas, tendo atingido 37% dos custos operacionais no segundo trimestre deste ano.
Algumas companhias aéreas indicaram, durante o Alta AGM & Airline Leaders Forum, em outubro de 2022, que o combustível chegou a representar metade de seus custos de operação.
Alguns países da região tem mostrado avanços na oferta de preços de combustível mais competitivos. Uma dessas medidas adotadas foi a mudança na regulamentação para permitir o uso da JetA em vez do JetA1, cujo valor é um pouco melhor. Brasil e Colômbia tem avançado com essa medida.
A nova conferência presencial da ALTA, a ALTA Fuel and Environment Conference, deve discutir mais detalhes da SAF, que é uma prioridade para a descarbonização do transporte aéreo.
Essa conferência deve ter sua primeira edição realizada em San José, Costa Rica, de 29 a 30 de março de 2023.
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